Oração Pessoal

Posted on 07:30 | By Wagner Gama | In , ,

O que é oração pessoal? Parece–nos às vezes que por mais que varias e varias pessoas nos digam, não conseguimos descobrir ao certo. Mais ainda, “oração pessoal aos moldes de Santa Teresa D’Ávila”, profunda, contemplativa. As vezes pensamos que oração profunda, necessariamente, precisa ser igual ao dela, cheia de arroubos e de êxtases. Quando lemos os livro desta Santa ficamos impressionados com estas graças místicas, a inquietude, o colóquio íntimo com o Senhor, a ponto de ter recebido Dele a graça da transverberação, ao ter o coração ferido por um dardo levado por um anjo que selava assim, a união perfeita, o matrimonio espiritual com seu esposo.
Mais não é bem isso, é um engano pensarmos que a oração profunda é assim, primeiro porque estas graças são dons de Deus, e como dons são dados conforme Ele queira e a quem Ele queira, depois, nem todos os carmelitas tiveram as mesmas graças que sua fundadora.

Precisamos aprender que estas graças místicas são sinais de amor de Deus para algumas pessoas, assim como, para outras, a prova de amor de Deus não consiste Nele lhes dar consolações sensíveis, mais pelo ao contrario, noites, escuros, securas e aridez. Como é o caso de Santa Teresa de Lisiux, dentre outros, a este assunto a Santa diz que estas consolações Deus nos dar no momento em que estamos mais fracos.

O que faz reconhecer então a oração profunda, não são as consolações. Mais sim, as visíveis e constantes entregas da pessoa a Deus. Assim cada vez mais, dia-a-dia, a pessoal vive mais em Deus e Deus nele e isto é constatado na vivencia das virtudes, em especial a humildade e a caridade, logo que são as virtudes que se contempla mais na pessoa de Jesus.

Porem, isto não é uma tarefa fácil, o primeiro passo para a oração profunda é o desapego de todas as pessoas, bens, objetos, de nós mesmos, de nossas “honras” amor-próprio e preocupações. Isso porque o orgulho enche os nossos corações de bens e amores, com nossas opiniões, nossos planos, amores por pessoas, objetos, nossos ressentimentos, magoas passado, futuro e tantas outras coisas.

Assim, a oração pessoal se torna um momento de exercitarmos o deixar tudo e ficar somente com nosso Deus, sem isso jamais teremos uma oração profunda, ou seja, enquanto tivermos, mesmos que seja apenas um apego, enquanto não tivermos totalmente livres, jamais saberemos o que é oração profunda.

A oração profunda não é aquela que fazemos, mais aquela que deixamos o Espírito Santo Fazer. Diz Santa Teresinha que a oração não consiste em pensarmos muito, mais amarmos muito, este é o principal. Pois temos uma tendência natural de conduzirmos a nossa oração e a conseqüência disso é a monotonia e uma oração sem poder, porque estaremos rezando para nós mesmos, sem deixarmos que o Espírito Santo aja e sem darmos espaço para a escuta da voz do nosso Senhor, parecemos confiar mais em nós mesmos do que em Deus e a confiança também é base para que cresçamos na oração.

As pessoas muito tensas, muito preocupadas com o ontem ou o amanha, são os pagãos diz são Lucas no capitulo 12 de seu evangelho. Em geral são pessoas que confiam mais em si mesma que em Deus e a confiança em Deus irrestrita é base para crescermos na oração e deixa-lo conduzi-la.

Com o crescimento na vida de oração, se suplicarmos a Deus a graça da inteira confiança e abandono de nosso presente, passado e futuro em sua mãos, pouco a pouco vamos aprendendo a orar. Primeiro se recebermos a graça do inteiro abandono (ainda que só uma pequena semente), vamos na oração nos centralizando mais nele que em nós. Ansiamos ouvi-Lo, saber o que Ele tem para nós, que somos seus pobres servos: de tudo despojados, prontos a passar por tudo por amor a Deus.

O Chamado ao Amor

Posted on 07:29 | By Wagner Gama | In ,

Neste texto de hoje, vou tentar explicar em poucas palavras como a experiência do amor de Deus me atraiu para descoberta de minha vocação. Isto é bastante interessante visto que o chamado de Deus é diferente a cada pessoa, contudo a algo que existe em qualquer vocação e qual seja o chamado de Deus para uma pessoa. O Seu profundo Amor por nós. Seria necessário mais do que palavras para demonstrar o Amor de Deus, porém, parto do principio que meu intuito não é de esgotar o tema, pois o Espírito Santo é quem verdadeiramente nos dá testemunho do Amor. Quero apenas aqui partilhar meu testemunho pessoal e um pouco da minha experiência a respeito deste Amor.


A congregação para a Doutrina da Fé ensina que o Amor é a vocação fundamental do ser humano. Nós partimos de Deus, fomos criados sua imagem e semelhança (Gen 1,26). Deus é amor, diz São João na sua carta (I Jo 4,8), então a essência do homem só pode ser amor. Nascemos do Amor, para amar e para sermos amados. O homem não foi criado para o egoísmo, mais para o amor. Infelizmente conhecemos o pecado e isso nos distanciou do criador e deixamos de nos comunicar com Ele de forma intima (Gen 3,8). Porém em nenhum momento da historia Deus deixou de nos amar. Ao enviar seu filho a terra, Deus dá a prova definitiva do imenso amor Dele por nós. Jesus ao se encarnar, se faz homem como nós, exceto no pecado, para nos redimir e nos salvar da condenação da culpa do pecado original. A morte de cruz é a via de Cristo para a salvação do homem. Bendito madeiro que erguendo da terra o salvador deu-nos vida.

Nascido do amor e para o amor cada um de nós permanece na existência unicamente por causa do amor incondicional e misericordioso de Deus. Que não olha para o pecado do homem, mais para o pecador, que ao se arrepender se torna livre para responder ao chamado que Ele o faz. A resposta do homem ao chamado de Deus precisa ser na fé, pois diferente de nossas escolhas, o chamado de Deus é eterno. Precisamos estar convictos da foz do Senhor, pois será na escuta de sua voz que encontraremos a felicidade para toda vida. Neste caminho será também necessário algumas renuncias, que nem de longe se compara a imensa alegria de ser amado e escolhido por Deus. Não posso deixar de ressaltar que no trilhar da descoberta da vocação, a oração é caminho indispensável, pois é através dela que Deus comunicará o seu amor por nós.

Foi este amor que me atraiu e atrai a muitos que se deixa tocar por Ele. O homem só será feliz se descobrir que é em Deus que ele se completa. Os sofrimentos, as angustias, as depressões deste tempo se dão pela distância do homem para com Deus. A Paz tão esperada pela a humanidade não se dará por uma simples ausência de guerras, mais se dará pela abertura de cada homem ao Amor deste Deus, que no despertar de cada dia, nos ama de forma mais intensa e absoluta do que o dia anterior. Deus é o amor que envolve inteiramente nossa vida, e no qual precisamos nos perder para encontrá-lo cada dia mais. Não temos medo de pronunciar o nosso “sim”, mesmo diante dos desafios que Deus nos propõe na nossa vocação.

A Manjedoura do Senhor

Posted on 17:00 | By Wagner Gama | In , ,


Com aproximação do Natal o Advento se volta agora para outra preparação, se nas duas primeiras semanas esperávamos a Parrusia, como citei no texto “Advento – Preparar nossos corações para receber Jesus”, agora nas duas semanas que antecede o Natal esperamos o nascimento do menino Jesus. Então é chegada a hora de preparar a manjedoura. No Natal, a manjedoura onde o menino nasce é o nosso coração. O anjo anunciou aos pastores

“Nasceu-vos hoje um Salvador, que é o Cristo-Senhor... Isto vos servirá de sinal: Encontraras um recém-nascido envolto em faixas e deitado em uma manjedoura.
(Luc 2, 11-12)


Nos nossos dias dificilmente paramos para assistir este nascimento, somente se estivermos atentos o perceberemos, pois Jesus nasce de forma silenciosa e discreta, porém, antes de nascer, sua mãe bate de porta em porta procurando um lugar seguro para o nascimento, não encontrando lugar nas hospedarias, pois estavam todas cheias de hospedes, dá a luz em uma manjedoura. Será que nós encontramos como o povo no tempo de Jesus? Nossas casas repletas de hospedes, nossas mesas cheias de comida e tão preocupados em trocar presentes, que nem nos lembramos que um menino - o nosso salvador, nasceu. Mais onde mesmo ele nasceu? Se nosso coração estiver cheio de hospedes, ele não encontrará espaço e procurará outro lugar, mais se estiver como uma manjedoura, simples, pobre, vazia de tudo e de todos, Ele encontrará espaço para nascer.

Preparar nosso coração como uma manjedoura é aceitar depender de Deus, por isso a igreja nos chama nesse tempo a uma verdadeira conversão. “a terra queimada se converterá num lago” diz Isaias.(Is 35,7) Convertemo-nos quando descobrimos que nossa felicidade consiste em aceitar depender de Deus. Não podemos ser felizes simplesmente aos pés de nossas paixões, no prazer do consumismo ou na busca desenfreada de poder, isso é uma tarefa fácil, pois temos medo de perder nossa liberdade. Mais a resposta do Senhor é simples: “Quanto mais você depende de mim, mais você se torna livre”.

É necessário ainda se colocar em oração. A oração é, por definição, um abandono de nossas atividades, de nosso agir, de nós mesmos. Quando oramos, nos abandonamos em Deus e nos tonamos ainda mais livres para aceitar a sua vontade em nossas vidas.

Peçamos ao Senhor que ele nos conduza a uma perfeita conversão, não desejando com palavras, mais no nosso coração de maneira muito pessoal, dando nosso consentimento total em deixar o Senhor agir em nós. Tornaremos-nos assim manjedouras onde o menino-Senhor poderá nascer e com certeza os frutos de santidade serão palpáveis em nossas vidas.

Cristo, A Festa que não acaba!

Posted on 04:51 | By Wagner Gama | In , ,


Se existe uma coisa que não se pode compreender é como uma festa só acontecer na vida de uma pessoa se ela estiver sob o efeito do álcool, de drogas ou outro entorpecente qualquer. Para se sentir confiante os jovens acham que precisam ingerir uma bebida alcoólica ou fazer uso dessas drogas que ao invés de ajudar, tiram o ânimo, apetite e deixa a pessoa humana cada vez mais destruída, despedaçada e desfigurada. Se existe uma imagem mais aterrorizante e chocante do que a de um jovem desfigurado pelo álcool ou pelas drogas, eu particularmente não conheço.
O que dizer de uma cidade que estimula seus jovens a passarem quatro noites em claro, em nome de uma falsa alegria. Dizem que traz avanço, renda, os hotéis em alta, muitas famílias que passam o ano todo esperando esse momento para arrecadar um pouco mais para se ter um natal melhor, por outro lado, os benefícios dessa festa se contrapõem ao caos que fica a cidade neste mesmo período, alguns seguimentos definitivamente param. O Carnatal acabou no domingo mais o cheiro persiste durante uma semana, garrafas quebradas por todo percurso, lixo, sujeira, fora os assaltos em outros bairros, pois boa parte do policiamento esta na “festa”, enfim, gostaria de refletir aqui se não existiria outra maneira de levar nosso jovens a se divertirem, de forma saudável e principalmente, sem drogas ou bebidas alcoólicas.
No mesmo fim de semana do Carnatal varias igrejas, começaram a mostrar que os jovens não precisam desses entorpecentes para se divertir, os jovens precisam de Deus. Festas como o Halleluya (da Comunidade Shalom) e o Ressurgir (da RCC) reuniram mais de 2000 jovens e nenhuma ocorrência, como relata a polícia de nossa capital, e o melhor, ao final destas Festas fica a esperança de uma vida melhor em um caminho que nos leva a verdadeira felicidade que é Cristo, ao invés do Carnatal, que leva ao fim a muitos relacionamentos de amor, abortos, suicídios, dividas, comas alcoólicos, famílias destruídas pelos homicídios, orgias, abuso infantil, prostituição, fornicação.
Essas palavras não são de uma pessoa que nunca foi para o Carnatal ou que nunca foi passar um carnaval em uma dessas cidades que valorizam esse tipo de “festa”. Em 1996 aos 15 anos de idade fui com meu pai, que por sinal gostava muito das referidas festas, ao meu 1º Carnatal, no ano seguinte estava passando meu 1º carnaval em Macau (Capital do LAMA-LAMA), isso se repetiu por dois anos consecutivos. Importante esclarecer que meu pai era um desses pais de família que esperavam lucrar um pouco mais no Carnatal, eu nunca vi os frutos desse trabalho, pois sempre utilizava o lucro na própria “festa”. Diante de tudo isso, necessitamos que nossas autoridades olhem para as festas cristãs com o novo olhar, se querem valorizar a cidade busquemos novos meios que visem tirar a violência de nossa cidade, causada pelo consumo de álcool. Artistas cristãos não deixam nada a desejar a artista seculares, como testemunho pessoal, o Carnatal não me faz falta nenhuma.