Maria Emmir Oquendo Nogueira
Cofundadora da Comunidade Católica Shalom



Há uma quase unanimidade sobre João Paulo II: ele trazia em si um segredo. Uma forma rara e, ao mesmo tempo, familiar de Deus falar ao mais profundo do coração do homem. Qual seria esse segredo? Isso é lá entre ele e Deus. Mas encontrei como uma réstia de luz a revelar seu segredo em poesia de sua autoria: Minha vida por Cristo.


Quando penso no mundo que se desvanece e morre pela falta de Cristo;
quando penso no caos profundo em que se despenca a inquieta e cega humanidade pela falta de Cristo;
quando me encontro com a força da juventude apática e destroçada na própria primavera da vida pela falta de Cristo,
não posso sufocar as queixas do meu coração. Quisera multiplicar-me, dividir-me, para escrever, pregar, ensinar Cristo.E do espírito mesmo, do meu espírito brota contundente um único grito:
Minha vida por Cristo!

Do “espírito do espírito” de João Paulo II, brota um grito contundente. O que provoca esse grito, o que lhe dá o combustível explosivo que forjou a “geração João Paulo II”? Veja: a causa da morte no mundo é a falta de Cristo. O caos em que se despenca a humanidade inquieta e cega é a falta de Cristo. Não são as drogas ou a mentalidade hedonista e descompromissada da “geração y” que a faz apática e destroçada, é a falta de Cristo.

Tudo o que destrói o homem tem uma causa comum, que passa longe das análises de qualquer ciência: a falta de Cristo. João Paulo II, como outros, encontraram-no e cultivam com Ele amizade contínua e felicíssima. São, como Ele, uma só alma, um só coração. Participam dos sentimentos e desejos do “espírito mesmo do Espírito de Deus”. A consequência desse amor mútuo é a mesma que levou o Pai a enviar Jesus, sua Palavra, seu Verbo, seu Grito: Minha vida pelos homens!

A esse grito lancinante, o homem que vê o profundo dos corações de Deus e dos homens responde, feliz: Minha vida por Cristo! A partir daí, tudo se resume, no segredo de João Paulo II: ao procurá-lo, você não o encontrará, pois não é ele quem vive. É Cristo que vive nele!


Fonte: Revista Shalom Maná, Edições Shalom, janeiro de 2011.

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