O que é oração pessoal? Parece–nos às vezes que por mais que varias e varias pessoas nos digam, não conseguimos descobrir ao certo. Mais ainda, “oração pessoal aos moldes de Santa Teresa D’Ávila”, profunda, contemplativa. As vezes pensamos que oração profunda, necessariamente, precisa ser igual ao dela, cheia de arroubos e de êxtases. Quando lemos os livro desta Santa ficamos impressionados com estas graças místicas, a inquietude, o colóquio íntimo com o Senhor, a ponto de ter recebido Dele a graça da transverberação, ao ter o coração ferido por um dardo levado por um anjo que selava assim, a união perfeita, o matrimonio espiritual com seu esposo.
Mais não é bem isso, é um engano pensarmos que a oração profunda é assim, primeiro porque estas graças são dons de Deus, e como dons são dados conforme Ele queira e a quem Ele queira, depois, nem todos os carmelitas tiveram as mesmas graças que sua fundadora.
Precisamos aprender que estas graças místicas são sinais de amor de Deus para algumas pessoas, assim como, para outras, a prova de amor de Deus não consiste Nele lhes dar consolações sensíveis, mais pelo ao contrario, noites, escuros, securas e aridez. Como é o caso de Santa Teresa de Lisiux, dentre outros, a este assunto a Santa diz que estas consolações Deus nos dar no momento em que estamos mais fracos.
O que faz reconhecer então a oração profunda, não são as consolações. Mais sim, as visíveis e constantes entregas da pessoa a Deus. Assim cada vez mais, dia-a-dia, a pessoal vive mais em Deus e Deus nele e isto é constatado na vivencia das virtudes, em especial a humildade e a caridade, logo que são as virtudes que se contempla mais na pessoa de Jesus.
Porem, isto não é uma tarefa fácil, o primeiro passo para a oração profunda é o desapego de todas as pessoas, bens, objetos, de nós mesmos, de nossas “honras” amor-próprio e preocupações. Isso porque o orgulho enche os nossos corações de bens e amores, com nossas opiniões, nossos planos, amores por pessoas, objetos, nossos ressentimentos, magoas passado, futuro e tantas outras coisas.
Assim, a oração pessoal se torna um momento de exercitarmos o deixar tudo e ficar somente com nosso Deus, sem isso jamais teremos uma oração profunda, ou seja, enquanto tivermos, mesmos que seja apenas um apego, enquanto não tivermos totalmente livres, jamais saberemos o que é oração profunda.
A oração profunda não é aquela que fazemos, mais aquela que deixamos o Espírito Santo Fazer. Diz Santa Teresinha que a oração não consiste em pensarmos muito, mais amarmos muito, este é o principal. Pois temos uma tendência natural de conduzirmos a nossa oração e a conseqüência disso é a monotonia e uma oração sem poder, porque estaremos rezando para nós mesmos, sem deixarmos que o Espírito Santo aja e sem darmos espaço para a escuta da voz do nosso Senhor, parecemos confiar mais em nós mesmos do que em Deus e a confiança também é base para que cresçamos na oração.
As pessoas muito tensas, muito preocupadas com o ontem ou o amanha, são os pagãos diz são Lucas no capitulo 12 de seu evangelho. Em geral são pessoas que confiam mais em si mesma que em Deus e a confiança em Deus irrestrita é base para crescermos na oração e deixa-lo conduzi-la.
Com o crescimento na vida de oração, se suplicarmos a Deus a graça da inteira confiança e abandono de nosso presente, passado e futuro em sua mãos, pouco a pouco vamos aprendendo a orar. Primeiro se recebermos a graça do inteiro abandono (ainda que só uma pequena semente), vamos na oração nos centralizando mais nele que em nós. Ansiamos ouvi-Lo, saber o que Ele tem para nós, que somos seus pobres servos: de tudo despojados, prontos a passar por tudo por amor a Deus.