A Vocação do Silêncio.

Posted on 06:51 | By Wagner Gama | In

Tudo que sabemos dele é que era um homem justo. No mais, silêncio. Assim é que as sagradas escrituras delineiam a figura de Iosseph Ben Iaakov ou, simplesmente, José, esposo de Maria.

Neste dia 19 de março, a Igreja celebra este grande santo, que viveu em profusamente a vocação do silêncio, da escuta e da fé.

Os autores sagrados não colocam nenhuma palavra na boca de José. No entanto, a partir de uma Lectio Divina dos primeiros capítulos do Evangelho de São Mateus, contempalmos a vida de um homem que tinha uma intimidade profunda com Deus, que sabia ouvi-lo e que prontamente se dispunha a cumprir o mandato do Senhor. José obedecia porque tinha fé. Assim como Abraão, José teve fé e acolheu Maria e Jesus. Mais do que isso, assumiu plenamente a paternidade do menino e foi para este um escudo, um véu protetor. José cuidou do lar de Nazaré em todos os aspectos. Deu a Jesus proteção, amor, alimento, dignidade e, acima de tudo, a cultura judaica. Certamente foi José quem iniciou Jesus no conhecimento da Lei e dos Profetas, dos quais o Menino era o pleno cumprimento.

Assim, neste dia de São José, pedimos a Deus, por intercessão deste baluarte da Igreja, que nos conceda a graça do silêncio e da fé obediente. Amém.

São José, rogai por nós!

Fonte: www.tridentinus.blogspot.com

Amar a Deus sobre todas as coisas

Posted on 19:44 | By Wagner Gama | In , ,

O primeiro domingo da Quaresma começa com Jesus no deserto, quarenta dias para ser tentado. Segue o texto do evangelho de Mat 4, 1-11 :
1. Jesus foi conduzido ao deserto pelo Espírito, para ser tentado pelo diabo. 2. Ele jejuou durante quarenta dias e quarenta noites. Depois, teve fome. 3. O tentador aproximou-se e disse-lhe: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães!” 4. Ele respondeu: “Está escrito: Não se vive somente de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”. 5. Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o no ponto mais alto do templo. 6. E disse-lhe: “Se és Filho de Deus, joga-te daqui abaixo! Pois está escrito: Ele dará ordens a seus anjos a teu respeito, e eles te carregarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra”. 7. Jesus lhe respondeu: “Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus!” 8. O diabo o levou ainda para uma montanha muito alta. Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua riqueza, 9. e lhe disse: “Eu te darei tudo isso, se caíres de joelhos para me adorar”. 10. Jesus lhe disse: “Vai embora, Satanás, pois está escrito: Adorarás ao Senhor teu Deus e só a ele prestarás culto”. 11. Por fim, o diabo o deixou, e os anjos se aproximaram para servi-lo.
As três tentações fazem referencia a forma com a qual o homem é chamado a amar a Deus, uma forma perfeita, como relata o Deuteronômio “Amarás o senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de toda tua força” (Dt 6,5). Jesus ao fim das tentações demonstra a forma do amor perfeito.

A primeira tentação – Não amar a Deus de todo teu coração - Ou seja, com todos os teus desejos interiores. Quando o Senhor nos conquista e nos convida para trilhar um caminho de santidade, a primeira tentação do demônio é fazer-nos colocar nosso interior em outras coisas que não o Senhor, nossas paixões, relacionamentos, afetividade, etc. Também conhecida como a tentação do Prazer.

A segunda tentação – Não amar a Deus de toda tua alma – Ou seja, com tudo que és, com teu corpo físico, alma e espírito. O homem com todo o seu ser, sem divisão. O Senhor nos quer por inteiro, nosso corpo é muito atingido pelo sensualismo das danças, do vestir, etc. Somos chamados a sermos inteiros do Senhor até o martírio se necessário. Essa tentação também pode ser conhecida pela tentação do Poder.

Por fim a terceira tentação – Não amar a Deus com toda força – Ou seja, tuas riquezas, teus bens, é a tentação dos bens materiais. Colocar o que temos acima do Senhor, bens materiais, profissão, estudos. Também conhecida como tentação do Possuir.

Neste evangelho o Senhor nos convida a Amar a Deus sobre todas as coisas, deixemos que o Senhor venha em nosso auxilio, transformar nossos corações para que sejamos inteiramente dele. Não tenhamos medo de ofertar-nos por inteiro ao Senhor.

Só uma palavra sobre a Quaresma.

Posted on 18:13 | By Wagner Gama | In , , ,


Nesta última quarta-feira, 9 de Março, iniciou-se um novo tempo Quaresmal, um tempo onde a igreja nos convida a trilharmos um caminho de preparação em vista da Páscoa de nosso Senhor . Quaresma é esse período de 40 dias que antecede a semana santa que se encerra com a Páscoa de Cristo, que para nós cristãos, é a maior festa da igreja, pois é quando Jesus se despoja inteiramente de si, ofertando a sua vida por cada um de nós, para nos dá vida nova. Neste tempo unimos a nossa vida à de todos os cristãos em três grandes graças que Cristo nos apresenta: Jejum, esmola e oração.

O jejum, que nos faz lembrar que não só de pão vive o homem, mais de toda palavra de Deus. É através do jejum que mortificamos nossa carne e purificamos nossa alma, contribui para auto domínio sobre os instintos e para liberdade de coração. A esmola, que segue o ritmo das obras de misericórdia, neste caso a corporal, que consistem, sobretudo em dar de comer a quem tem fome e dar de beber a quem tem sede, é um dos principais testemunhos de caridade e uma pratica de justiça que agrada a Deus “Quem tiver duas túnicas, reparta-as com quem não tem, quem tiver o que comer, faça o mesmo” (Lc 3,11), nos ensina a sermos mais solidário com nossos irmãos. E por fim a oração, que nos abre para escutar de Cristo os verdadeiros mandatos para este tempo, Jesus orou durante os quarenta dias que passou no deserto e foi a oração que fortificou para sua paixão, morte e ressurreição.

Neste tempo de uma forma mais profunda também somos chamado à conversão, esse dinamismo de conversão e penitência foi descrito na parábola do “filho pródigo”, cujo centro é o “Pai das misericórdias”: a ilusão de uma falsa liberdade, o abandono da casa paterna; a extrema miséria que se encontra o filho depois de esbanjar a sua fortuna; a profunda humilhação de ver-se obrigado a cuidar dos porcos e, pior ainda, de querer matar a fome com sua ração; a reflexão sobre os bens perdidos; o arrependimento e a decisão de se declarar-se culpado diante do pai; o caminho de volta; o generoso acolhimento e a alegria do pai: tudo isso são traços específicos do processo de conversão. A túnica, o anel e o banquete da festa são símbolos desta nova vida do homem que volta para Deus.

Coloquemos nosso coração e nossa vida nas mãos do Senhor, para que assim como o filho pródigo encontrou acolhimento nos braços do pai, nós, pelo caminho de preparação da Quaresma também sejamos acolhidos na alegria da ressurreição.

Referência: Catecismo da Igreja Católica. 1434, 1439, 2447, 2462